Seguidores

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Confidencial: Questões de Segurança Nacional

Entre inúmeras questões pertinentes à realidade brasileira, poucas são tão renegadas, taxadas e esquecidas quanto às que se referem às Forças Armadas e a Segurança Nacional, temas mantidos sob um véu de esquecimento e negligência desde o fim do Governo Militar.
Há alguns anos, ao conversar com uma antiga professora do ginasial enquanto observava o desinteresse e o desrespeito da população para com as comemorações cívicas do Dia da Independência, pude perceber a que ponto chegou o discurso da esquerda e dos ‘’defensores dos Direitos Humanos’’. Comentávamos na oportunidade que poucas pessoas apreciam e dão real significado e valor às comemorações cívicas e às nossas instituições mais antigas e presentes, sobretudo as Forças Armadas.
Em debate veiculado no dia 20 de maio de 2007, no programa ‘’Canal Livre’’, da rede Bandeirantes, o Cel. Marcondes Tenório, responsável pelo Departamento destinado à vigilância da Amazônia debateu temas referentes à situação de nosso país no que tange à atuação das Forças Armadas na manutenção da Soberania Nacional. Vários problemas foram apontados pelo Cel. a respeito da infra-estrutura de que nossos defensores dispõem.
Segundo o Cel., nas fronteiras do Brasil com outros nove países, seria necessário haver um contingente muito maior do que os 40.000 homens das Forças Armadas já estacionados na região. Essa negligência de pessoal e de recursos permite a ocorrência de crimes de ordem ambiental, como extração ilegal de madeira e contrabando de animais, além de contrabando de mercadorias, drogas e armas. A presença de guerrilheiros de diferentes grupos entrando no território brasileiro constitui uma grave quebra da soberania nacional e um perigo à segurança dos povos que vivem na fronteira e que não dispõem de um sistema de defesa policial adequado.
Além disso, apesar do fato de o Brasil não ser um país de tradições belicistas, a superioridade bélica é um dos fatores fundamentais do equilíbrio político da América do Sul que favorece o Brasil como principal potência. Essa superioridade bélica foi garantida pelos governos militares que sempre priorizaram a questão dos armamentos e do cuidado com a infra-estrutura de nossas forças de segurança. Porém, hoje, com a Venezuela de Chávez num processo armamentista claro e objetivo, destinado a implantar na América Latina o ‘’socialismo do século XXI’’ e eliminar, sabe-se lá como, ’’a ameaça americana’’ e com os demais países alinhados a Chávez patrocinando as atividades de grupos terroristas e contrabandistas de armamento e drogas, desenha-se um cenário perigoso para a Soberania Nacional.
Uma solução que proponho para a questão da fiscalização da região, retirada de minhas leituras é de que se faça nas fronteiras a norte o mesmo que o Governo Imperial fez com o Sul do Brasil, colonizando-o com grandes efetivos militares, gerando uma região que se protege de invasões externas e desenvolve-se de maneira efetiva ao redor da ‘’máquina bélica’’. A receita é sulina, mas bem poderia ser aplicada ao norte do país.
Com se não bastasse esta série de problemas estruturais internos e o perigo da desorganização e banditismo populista reinante nos países fronteiriços, há uma nova questão que abala os alicerces de nossa política de Segurança Nacional. Ainda segundo o Cel. Tenório, em recente relatório, a ONU declara que, com as mudanças climáticas que o mundo presencia nos últimos tempos, há uma forte tendência de que os habitantes dos países mais afetados por essas mudanças climáticas procurem novos locais, com potenciais naturais que atendam seus interesses, vindo a reivindicá-los mesmo que a custo de guerra. Nesse ponto não são necessárias maiores explicações quanto ao risco de o Brasil tornar-se alvo dessas investidas.
Antes que pudesse formular a questão principal referente ao problema, o Cel. tratou de responder claramente que não temos condições de enfrentar inimigos externos desse porte. Nossas Forças só podem se opor a ‘’forças de mesmo nível’’. E o que significa isso para um país que vive uma estagnação bélica de mais de vinte anos? Perigo.
A libertinagem democrática que o país experimenta desde o fim da ditadura e, conseqüentemente, o cessar do controle da mão forte do Estado sustentando nossas Forças Militares, fez com que enfraquecêssemos tanto no cenário internacional (político, militar, econômico e etc.) quanto no cuidado com as políticas de segurança interna, pública e fronteiriça.
Nossa decadência política, econômica e mesmo moral são a face e o resultado de um país que perdeu as estribeiras em nome de um ideal de liberdade que nunca soube respeitar ou utilizar de maneira correta. Nossa defesa nunca foi tão negligenciada e nossos soldados, que fazem juramento de amor à pátria e dão a própria vida pela bandeira e pelo povo do Brasil nada mais são hoje do que meros espectadores de sua própria decadência junto ao governo e ao povo que, até hoje, juram sempre defender.
Deve-se, pois, atentar-se quanto à realidade de nossa segurança e, sobretudo, deve-se fazê-lo rápido, pois nosso tempo está condicionado ao ritmo da destruição do meio ambiente mundial, que progride velozmente e ao juízo de nossos vizinhos, cujo passado atesta que não se pode confiar.